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Uma investigação aponta que pelo menos 13 vendedores de apostas deixaram de trabalhar após uma facção criminosa começar a tomar o controle de máquinas de vendas e exigir parte dos lucros e dos prêmios da Loteria Estadual do Ceará em bairros de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. A atuação do grupo se concentrava nos bairros Pajuçara, Jardim Bandeirantes e localidades vizinhas. Três suspeitos de envolvimento nas ameaças foram presos.
A ação dos suspeitos, que são membros da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), tem o objetivo de obrigar vendedores da região a trabalharem com as máquinas de apostas controladas pelo grupo.
Dessa forma, a facção arrecadava os valores das apostas e a efetuava o pagamento dos prêmios aos vencedores — função que, originalmente, cabe à Loteria Estadual do Ceará. A prática representa mais uma estratégia de lavagem de dinheiro adotada pelo crime organizado
Conforme a Polícia Militar, a maioria dos comerciantes ameaçados não registrou boletim de ocorrência após as ameaças por medo de represálias.
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Membros de facção são presos por tomar máquinas de apostas e exigir valores de prêmios — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução.
A ocorrência teve início após os agentes receberem uma denúncia de que homens em um carro estavam ameaçando os vendedores de apostas no interior da Ceasa de Maracanaú.
O veículo foi abordado ainda no local de venda de frutas e verduras, com três homens e um adolescente no carro.
Durante as buscas, os policiais localizaram uma máquina de apostas da Loteria Estadual do Ceará, que havia sido tomada de uma das vítimas momentos antes da abordagem da polícia.
Diante da descoberta, os policiais prenderam em flagrante:
Os três foram autuados por ameaça e por integrar organização criminosa. Um adolescente, de 16 anos, que estava na companhia do trio, foi ouvido e liberado pela polícia.
Conforme inquérito da Polícia Civil ao qual g1 teve acesso, os criminosos propõem aos vendedores fazerem as apostas usando a maquineta da facção, para em troca receberem 50% do valor total arrecadado.
Além disso, caso algum cliente ganhe, o pagamento do prêmio seria feito pela própria facção e não pelos canais oficiais da loteria..
“Ou seja, a facção se utiliza do sorteio realizado pela loteria dos sonhos (ou congêneres) e com base nesses resultados, consolidam quem são os vencedores das apostas realizadas nas maquinetas da facção”, diz um trecho do inquérito da Polícia Civil.
Quem não aceita a proposta é ameaçado e proibido de exercer seu ofício de venda de apostas virtuais na região.
“Com isso a facção se livra da concorrência, até ficarem apenas pessoas que realizem jogos com a maquineta da facção”, afirmou a investigação.
A Polícia Civil do Ceará também identificou uma mensagem que está circulando nas redes sociais desde domingo (2), que é atribuída ao TCP, oficializando a proibição de jogos de apostas online nos bairros Pajuçara e Jardim Bandeirantes para quem não trabalha para a facção.
No mesmo texto, também foi citado que terreiros de umbanda estão proibidos de funcionar na região.
A intolerância com religiões de matriz africana é uma das marcas do TCP, pois os membros se declaram evangélicos e há histórico de perseguições a quem não pratica a mesma religião.
Por Redação g1 CE