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Mãe e filha apostam em roupas sem gênero e faturam mais de R$ 100 mil por mês em vendas na pandemia

Empresa de Sorocaba (SP) tem sucesso nas vendas durante a pandemia com a produção de roupas sem gênero para crianças e adultos usando materiais sustentáveis.

Cores vibrantes e detalhes sutis são características presentes na coleção de roupas “sem gênero” de uma empresa de Sorocaba (SP). As fundadoras são mãe e filha, que buscaram inovar trazendo a essência da infância para além das classificações de gênero. A aposta no produto deu certo e resultou em mais de R$ 100 mil por mês com as vendas durante a pandemia.

Em entrevista ao G1, uma das fundadoras da empresa, Larissa Narcci, explicou que o motivo do sucesso nas vendas pode estar relacionado ao investimento nas plataformas digitais e também a busca pelo conforto em casa, algo que se tornou prioridade durante a pandemia.

“Quando começou a pandemia, em março do ano passado, a gente ficou super preocupada com o que ia acontecer. A gente teve, em média, um aumento de 10 vezes do valor neste período. Acho que o cliente brasileiro não estava tão acostumado a comprar pela internet e começou a testar. Foi uma surpresa positiva”, conta.

A empresa surgiu em 2016 apenas com Larissa e a mãe, Corina Mendes. O ateliê onde as peças eram criadas funcionava em uma pequena edícula na casa de Corina, em Sorocaba. Um quarto de hóspedes de Larissa, na capital paulista, também servia de espaço para organização do negócio da família.

O crescimento nas vendas foi gradativo, mas surpreendeu as fundadoras durante maio e abril deste ano, quando a empresa faturou R$ 140 mil em cada mês, o maior valor desde então. Em 2019, por exemplo, a empresa faturava de R$ 3.500 a R$ 12 mil por mês. Já em 2020, as vendas chegaram ao valor de R$ 60 mil a R$ 100 mil.

A identidade visual da empresa destaca as roupas “sem gênero” para adultos e crianças logo na descrição do site na internet, o único e principal meio de divulgação dos produtos. Apesar de o termo chamar a atenção de quem nunca ouviu falar no assunto, o significado nada mais é do as roupas consideradas “unissex”.

“A gente se deparou com isso após uma necessidade, como um incômodo quando meu filho foi crescendo um pouco e comecei a ver que as roupas eram só de menino ou só de menina. Se eu queria comprar algo que não fosse uma cor de menino, sempre ia ter uma peça que ia remeter ao gênero.”

A busca pelo conforto foi um guia importante no processo de criação das peças para as fundadoras. Roupas para “brincar” ou para qualquer hora do dia era a proposta principal. Outro aspecto que também buscaram trazer foi a confecção dos itens com materiais sustentáveis.

“A nossa roupa é confortável, bonita. Só que mais que tudo, o importante é se sentir confortável. As pessoas começaram a prestar atenção se as roupas estavam confortáveis e a sustentabilidade é uma preocupação que vem crescendo. Eu sei que não é uma coisa que toda a peça tem, mas acho que isso agrega e traz um diferencial.”

Atualmente, as peças são entregues em todo o Brasil, mas o maior volume de pedidos se concentra na capital paulista. A empresa também ampliou o quadro de costureiras e demais funcionários que auxiliam produção.

‘Roupas não têm gênero’

Roupas mais leves e confortáveis foram mais procuradas pela jovem Michele Talita Batista Nunes, de 24 anos, após se tornar mãe da pequena Yoko, que completou um ano em junho deste ano.

Em entrevista ao G1, a jovem conta que passou a comprar pela internet as roupas para a filha porque não conseguia encontrar as peças em lojas físicas.

“Eu sempre defendi que roupas não têm gênero e quando eu fiquei grávida não foi diferente. Procurei para o meu bebê roupas confortáveis e de cores que me agradavam, quando eu ainda não sabia o sexo.”

Para a psicóloga, Maíra Passaro Gonçalves Martins, é importante que exista uma abertura de escolha da criança, porque ela se desenvolve a partir da genética e interação dela com o meio ambiente.

“O que eu acredito ser mais importante, em relação a vestimenta das crianças, é respeitar a vontade delas, mostrando o que a sociedade tem o costume de propor para cada gênero, mas permitindo que ela faça sua escolha, caso não se sinta à vontade com determinada roupa.”

Moda ‘agênero’

O termo “moda agênero” também remete às roupas sem gênero. A mestre em têxtil e moda pela Universidade de São Paulo (USP), Aymê Okasaki, explica que a antiga moda unissex sempre esteve presente na moda infantil, desde do movimento hippie nos Estados Unidos.

“Quando pensamos em modelagem, as roupas de bebês não precisam ter adaptações específicas quanto ao gênero, pois os corpos são muito semelhantes em questão de volume. Porém, a proposta das últimas décadas não se propõe apenas ao masculino ou feminino, como para qualquer criança, independente do gênero.”

Ainda segundo a especialista, as roupas mais básicas continuam uma tendência, independente da idade. As pesquisas por uma moda “comfy” estão em alta, assim como a venda de conjuntos de moletom, conjuntos monocromáticos e mesmo com “tie dye”, que é a customização das peças.

“É certo que algumas marcas ainda estão presas na ideia de que para ser moda ‘agênero’ é preciso vir com cartela de cores sóbria, modelos largos e sem muitos detalhes ou estampas. Contudo, como a moda infantil pede o lúdico, talvez seja no infantil que o ‘agênero’ consiga explorar seu potencial criativo nos modelos.”

Por Pâmela Ramos, G1 Sorocaba e Jundiaí

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