O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu delegar a representação do Brasil na posse do futuro presidente argentino, Javier Milei, ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A confirmação dessa decisão foi oficializada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) na manhã da terça-feira (5).
Agendada para o domingo (10), a cerimônia de posse tem sido objeto de negociações entre diplomatas dos dois países nos últimos dias. A participação de Lula estava em pauta, especialmente após indicativos vindos do lado argentino.
O novo presidente argentino, Javier Milei, afirmou em novembro (22) que Lula será “bem recebido” caso decida participar de sua posse, na Casa Rosada. Em entrevista ao veículo argentino Todo Noticias, ao ser questionado por jornalistas, Milei declarou que “se Lula quiser vir a minha posse, será bem recebido. Ele é o presidente do Brasil”.
A expectativa é que Lula não compareça na posse presidencial de Milei. Ao saudar a condução eleitoral da Argentina em novembro (19), o petista optou por não parabenizar particularmente o economista. Lula desejou “êxito” ao novo governo e alegou que o “Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”.
“A democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada. Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica. Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”, disse Lula.
Mesmo diante do recente arrefecimento das tensões entre os dois líderes políticos, a equipe de Lula disse que sua presença no evento poderia expô-lo, considerando o suposto “clima hostil” gerado por apoiadores, também graças à presença de Jair Bolsonaro (PL). Por outro lado, o Palácio do Planalto alega que irá estabelecer um gesto de aproximação e cortesia ao enviar o chefe da diplomacia brasileira para representar o país no evento.
O ex-presidente afirmou em novembro (22) que manterá seu planejamento de ir à posse de Milei. Ao veículo Folha de S. Paulo, Bolsonaro alegou que será acompanhado por governadores e 30 parlamentares à Argentina. Sobre a improvável presença de Lula na cerimônia, o ex-presidente destacou que “faz parte do protocolo”, mas advertiu: “Ele prefere lugares em que estão o Nicolás Maduro” e “Ortega”. E concluiu: “Agora, se o Lula for lá, vai ser vaiado. Ele tem que se mancar”.
