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Moradores do Grande Pirambu em Fortaleza relataram a insegurança que vivem todos os dias em meio à guerra entre facções criminosas. A região sofreu uma onda de violência na quinta-feira (10), quando motoristas foram retirados à força dos veículos e tiveram o carro incendiado. Os ataques ocorreram após a morte de um chefe de facção da região e a prisão de dois suspeitos de envolvimento no homicídio.
“A insegurança aqui no Carlito Pamplona e adjacências é diária. Nos últimos dias vivemos com mais medo e tentando ficar calmo para não absolver tudo isso, essa insegurança. Há barulho de tiros nas nossas casas, ficamos com medo de sair de casa, trabalhar, comprar pão fazer qualquer coisa. Tomara que a polícia faça seu trabalho para que a população possa sair de casa. Os dias são bem difíceis e precisamos seguir.”
Esse morador, que prefere não ser identificado, filmou a troca de tiros entre agentes de segurança e membros das facções criminosas.
“Tentaram entrar no condomínio, mas não conseguiram e foram para um colégio. Tentaram fazer as pessoas de refém e todos trancados dentro de suas casas. Os comércios”, disse.
Um segundo morador, que também prefere não revelar o nome por medo de represália, diz que as pessoas estão temem sair de suas residências, sendo inseguro até mesmo sair para trabalhar.
“Aqui no Carlito Pamplona ficamos sempre no clima de insegurança nas ruas e tudo mais. Os comércios fecham mais cedo, e as pessoas não querem sair de casa. Muito difícil. Para quem precisa sair de casa para trabalhar está difícil. Transporte público e até os motoristas de transportes por aplicativo não querem entrar aqui. Está um clima na época da pandemia”, disse.
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A motorista que teve o automóvel incendiado por um dos suspeitos afirmou para a TV Verdes Mares que o veículo tem seguro, mas não sabe se cobre o prejuízo por esse motivo. Ela trabalha fazendo viagens e que tinha comprado recentemente.
“Infelizmente esses vândalos atearam fogo no meu veículo. Eu não tinha como me defender. Simplesmente ele colocou uma arma para fora e pediu para eu descer do carro e mandou eu correr desesperadamente eu e a pessoa que estava comigo. Ele tocou fogo no meu carro. Meu carro era um veículo novo que eu havia comprado há pouco tempo estava pagando tentava trabalhar fazendo viagens até particulares para poder pagar uma parcela do carro. Perdi meu único bem para trabalhar”.
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Onze pessoas são capturadas após ataques de facções criminosas em Fortaleza. — Foto: Reprodução/TV Verdes Mares
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Criminosos atiraram e tentaram incendiar veículo na Rua Engenheiro João Nogueira, no Bairro Álvaro Weyne, na manhã desta quinta-feira (10). — Foto: Arquivo pessoal
Três carros foram incendiados nas avenidas Dr. Theberge, Presidente Castelo Branco e Leste-Oeste. Houve ainda uma tentativa de incendiar outro veículo no Bairro Álvaro Weyne.
O delegado Elcimar Rabelo, do 1º Distrito Policial, disse que um dos traficantes da região foi morto, o que causou um “racha” entre facções.
Um dos integrantes teria “rasgado a camisa” de uma facção criminosa (expressão para deixar o grupo), e ido para uma facção rival.
Seis adolescentes e cinco adultos foram capturados suspeitos de participação nos crimes, até a noite desta quinta-feira (10).
Os policiais apreenderam nove armas (entre elas, fuzil e duas escopetas), além de uma granada.
Dez linhas de ônibus que trafegam pela região tiveram o itinerário alterado devido aos ataques. Além do transporte público, escolas e comércios tiveram o funcionamento prejudicado e/ou encerrado mais cedo.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), informou que foi determinado reforço imediato e uma operação rigorosa na área, para efetuar a prisão dos responsáveis pelos atos. Cerca de 170 policiais, entre militares e civis, atuam na região.
Já o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), determinou que o secretário municipal da Segurança Cidadã, coronel Eduardo Holanda, acompanhe as ocorrências.
A prefeitura também reforçou equipes da Guarda Municipal em equipamentos públicos na região, incluindo escolas, postos de saúde, UPAs e prédios administrativos.
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