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Governo Lula pretende reativar estatal conhecida como “chip do boi”, que historicamente só deu prejuízo

A fábrica sofreu uma paralisação de 2 anos em suas atividades. O quadro de funcionários despencou de 179 para 76. Serão contratados entre 50 e 60 profissionais para retomada de funcionamento.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva decidiu reativar a estatal Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada), mais conhecida como “chip do boi”, que opera em projeto e fabricação de circuitos integrados. Fundada em Porto Alegre (SC), o apelido jocoso se deu pelo fato da empresa, em seus 15 anos de funcionamento, faturar apenas R$ 64,2 milhões com vendas de semicondutores sob um investimento de R$ 790 milhões, correspondendo a 8% dos gastos. A estatal chegou a ser liquidada em 2020 pelo programa de privatização do governo Bolsonaro, mas seus inúmeros problemas jurídicos levaram o TCU a paralisar o processo.

Em 5 de dezembro, durante uma live com o presidente Lula, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, informou que não pretende iniciar uma disputa de produção com as empresas de tecnologia do Leste Asiático, mas suprir o “nicho” dos setores energéticos e automotivos. “Nós sabemos que os chamados chips, que são circuitos integrados, vão do smartphone a rastreabilidade da pecuária. Ele é usado em tudo que é cadeia produtiva; o Brasil não pode ficar fora disso. É claro que a gente não vai fazer chip na escala nanométrica que o Leste Asiático faz, mas a gente vai buscar um nicho do mercado, que será o setor automotivo e o setor energético”, disse.

A fábrica sofreu uma paralisação de 2 anos em suas atividades. O quadro de funcionários despencou de 179 para 76. Serão contratados entre 50 e 60 profissionais para retomada de funcionamento. A estatal tornou-se conhecida por seu histórico de fiascos comerciais. Após 2 anos de pesquisa para elaborar um chip encomendado pela Casa da Moeda – que seria aplicado em passaportes – a estatal encerrou as tratativas com a Ceitec e fechou negócio com um fornecedor da Itália. Casos semelhantes também ocorreram em projetos para os Correios e o Ministério da Justiça.

O evento que classificou a empresa pejorativamente como “chip do boi” se deu quando a estatal teve a produção interrompida pelo afrouxamento das normativas de rastreabilidade de gado pela União Europeia. O chip, que chegou a ser produzido pela Ceitec, permitia avaliar se o animal era proveniente de uma região assolada pela febre aftosa ou de áreas desmatadas da Amazônia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, o Brasil, na época, detinha um rebanho de 234 milhões de bois e vacas. No entanto, a Ceitec vendeu apenas 1,84 milhão de chips para tal empreendimento, o equivalente a 0,7% dos gados.

Em entrevista ao Poder360, o secretário de Ciência, Tecnologia para Transformação Digital do ministério, Henrique de Oliveira Miguel, pontuou que a estatal passará por alterações em seu funcionamento. “Ela fará parte de uma política industrial maior. Se a fábrica não tiver integrada com as demais políticas, não faria sentido a retomada. Isso a iniciativa privada poderia fazer”. O secretário destaca que os investimentos de R$ 300 milhões nos próximos 3 anos criam “uma perspectiva de retorno rápido e de parcerias com o setor privado […]. A Ceitec produziu 160 milhões de chips e depositou 45 patentes. Como é que uma empresa assim pode ser chamada de elefante branco?”, concluiu.

Luís Batistela·28 de Dezembro de 2023 às 10:44·

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