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As aulas do Centro de Educação Infantil Dona Beda Pereira de Holanda, no bairro São Bento, em Fortaleza, foram suspensas nesta sexta-feira (31). Os pais inicialmente receberam um comunicado informando que o motivo seria um serviço de dedetização. Entretanto, descobriram que a suspensão está relacionada à investigação de um possível surto de infecção de pele que afetou pelo menos crianças de 0 a 4 anos atendidas na unidade.
A suspeita surgiu quando pais começaram a perceber lesões na pele de seus filhos. Os sintomas incluíam coceira, formação de bolhas que inflamavam e lesões que tomaram conta de regiões como braços e pernas. Inicialmente, muitos pais não associaram o problema à creche.
“Eu comecei a perceber as lesões semana passada, que a minha filha começou a se coçar, era só uma coceirinha do nada, começou a virar ferida”, relatou uma mãe de uma menina de 3 anos, que prefere não se identificar. “E continuei mandando ela para a creche do nada, elas ligaram e falaram que ela estava se coçando muito, vinha buscar ela na creche urgente, só isso que elas falaram e pronto”, completou.
Apenas quando os pais começaram a conversar entre si é que perceberam que não se tratava de um caso isolado. Até o momento, há confirmação de cinco crianças atendidas no centro infantil que manifestaram os mesmos sintomas.
Escola suspende aulas após bebês sofrerem infecções em Fortaleza — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução.
O que mais revoltou os pais, conforme relatos apurado pela TV Verdes Mares, foi a falta de comunicação por parte da direção da escola. Eles afirmam que em nenhum momento foram informados sobre a suspeita de surto ou sobre a investigação em curso.
“Em nenhum momento a escola se pronunciou em nada, que a gente estava investigando nada, em nenhum momento. A escola não deu nenhuma posição”, desabafou a mãe da criança, cuja filha ainda está em tratamento. “E esse negócio que tem lá é sério, não é brincadeira não, porque já está com uma semana que a minha filha está em tratamento e não sai, não sai de jeito nenhum.”
Outras mães, mesmo que os filhos não tenham apresentado sintomas, confirmaram que estavam alheias à situação. Elas informaram que as aulas ocorreram normalmente até quarta-feira (28). Na quinta (29), não houve aula devido a uma paralisação de professores. Só então receberam o comunicado sobre a suspensão das aulas desta sexta por conta da dedetização.
“Em nenhum momento foi explicado que havia aí uma suspeita de surto, algo a ser investigado”, disseram as mães.
Os pais só tomaram conhecimento da real gravidade da situação na noite de quinta-feira (30), quando as histórias sobre as infecções começaram a circular. “A partir da quinta-feira, teve comunicado da paralisação dos professores e, após o comunicado da paralisação dos professores, teve o comunicado da dedetização. Nenhum comunicado, nenhuma fala de outra mãe, não sei o que foi que aconteceu”, relatou outra mãe de criança afetada.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME), os primeiros casos começaram a ser registrados no dia 18 de maio – há 13 dias. Em nota, a SME informou que as ocorrências estão sendo investigadas, que equipes de endemias foram acionadas para análise e que recomendou a realização da dedetização e uma limpeza profunda na unidade, além da suspensão das aulas na quarta (29) e quinta (30).
Contudo, os pais afirmam que não foram avisados sobre essa recomendação de não enviar os filhos nesses dias.
Em comunicado aos pais, a escola confirmou o número de crianças com suspeita de infecção e disse que acompanha os casos desde o início, classificando a situação como “endemia”. Afirmou ainda que realizaria não apenas dedetização, mas uma “limpeza profunda”, mas que ainda não sabe a origem da possível infecção.
A SME, em nota, reforçou que as equipes de endemias estiveram no local e que a dedetização recomendada foi ou será cumprida. Informou também que as aulas foram suspensas nesta sexta e que “provavelmente” serão retomadas na segunda-feira (2), “de acordo com as condições sanitárias”, após a limpeza profunda.
Por Redação g1 CE