O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou posição contrária a qualquer possibilidade de guerra na América do Sul, em meio à crescente tensão entre a Venezuela e a Guiana, ambas fronteiriças com a região Norte do Brasil. A declaração foi dada em seu discurso na abertura da 63ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (7),

“Coisa que não queremos na América do Sul é guerra. Não precisamos de guerra, de conflito. Precisamos construir a paz. Só assim poderemos melhorar nosso país”, enfatizou o presidente petista..

Lula demonstrou preocupação com as iniciativas da Venezuela de anexar parte do território da Guiana, salientando que o Mercosul não pode permanecer “alheio a essa situação”. Em busca de uma resposta conjunta, o presidente convocou os demais membros do bloco, composto por Argentina, Paraguai, Uruguai e a Bolívia (em processo de adesão), a concordarem com uma declaração construída pelas chancelarias dos países.

“Não queremos que essa controvérsia constitua ameaça à paz e à estabilidade”, afirmou Lula, ressaltando a importância de reafirmar a região como uma zona pacífica e de cooperação.

Além disso, o presidente brasileiro propôs que a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) assumissem papéis diplomáticos na mediação da tensão entre os dois países envolvidos. “Brasil e Itamaraty também estão à disposição para sediar quantas reuniões forem necessárias”, assegurou Lula, destacando a disposição do país em contribuir para a resolução pacífica do impasse.

Para saber mais sobre o conflito em questão, leia “Venezuela e Guiana: uma disputa de séculos que pode acabar em guerra na fronteira do Brasil”: