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A inauguração da nova imagem de Nossa Senhora de Fátima, no Crato, reuniu milhares de fiéis no dia 13 de novembro. Com 54 metros de altura, é a maior estátua dedicada à santa no mundo. O monumento passa a integrar o circuito de peregrinações e reafirma o município como um dos principais polos religiosos do Nordeste.
Os números ajudam a explicar essa centralidade religiosa. Segundo o Censo Demográfico de 2022, o Crato apresenta a maior proporção de católicos entre cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes: 91% da população se declara adepta da religião, enquanto a média nacional é de 56%.
A predominância do catolicismo está profundamente ligada à cultura local. Terra de romarias, procissões e práticas de devoção popular, o Cariri movimenta cerca de R$ 2,5 milhões por ano com o turismo religioso. Festas, celebrações e visitas a locais sagrados moldam o cotidiano, fortalecem laços comunitários e movimentam a economia.
Para muitos moradores, essa vivência começa no berço. A católica Ana Geysa Grangeiro Sampaio, de 58 anos, afirma que o povo caririense “nasce num berço católico que influencia todos os aspectos da vida”. Ela observa que, embora a prática religiosa seja ampla, ela também é plural: “Cada um vai moldando seu catolicismo dentro das próprias necessidades”, explica.
O padre Tales, da Igreja Matriz de São José , em Potengi, reforça a ideia de continuidade e cuidado histórico: “A fé católica no Cariri foi muito bem cultivada, catequizada e atenta às questões sociais”.
Para entender por que o catolicismo se enraizou tão profundamente, é preciso olhar para a origem da ocupação do Cariri. A professora Fátima Pinho, do Departamento de História da Universidade Regional do Cariri (Urca), explica que os primeiros povoados se formaram em torno de fazendas, capelas e oratórios familiares, espaços que funcionavam como centros de devoção, sociabilidade e organização comunitária.
A presença de missionários, como jesuítas, capuchinhos e padres seculares, consolidou esse processo ao difundir sacramentos, festas de padroeiro e práticas de fé.
“Como a ocupação ocorreu de forma concentrada em áreas férteis e de relativa estabilidade, a religião conseguiu estruturar a vida comunitária desde cedo, moldando costumes, ritmos sociais e formas de organização coletiva”, explica.
Segundo o padre Tales, o processo ganhou impulso no século XVIII, com as missões dos capuchinhos responsáveis por difundir a devoção a Nossa Senhora da Penha. Mas o “século de ouro” da evangelização, diz ele, foi o século XIX, especialmente com a chegada do padre Ibiapina.
Ibiapina criou as casas de caridade, incentivou a educação e espalhou uma prática religiosa voltada ao acolhimento e à solidariedade. A atuação do padre marcou tão profundamente o Cariri que inspirou o jovem padre Cícero, nascido na região.
Além da ação missionária, a Igreja estruturou bases sólidas na formação religiosa. A instalação de um grande seminário diocesano em 1975, filiado ao Seminário de Fortaleza, ampliou a preparação de padres e agentes pastorais. Pouco antes, em meados do século XX, a criação da Diocese de Crato já havia aproximado o pastoreio da população, fortalecendo a ação missionária.
A influência histórica também se materializou em obras que moldaram a cidade. Ana Geysa lembra que a Igreja local contribuiu para a construção de faculdades, hospitais, escolas e até emissoras de rádio. “A Igreja do Crato praticamente construiu a cidade”, afirma.
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Padre Cícero é um dos líderes religiosos mais famosos na região. — Foto: Divulgação
Entre os nomes decisivos para consolidar o catolicismo na região, dois se destacam:
As primeiras romarias à Juazeiro do Norte surgiram justamente desse encontro entre necessidade e espiritualidade. O povo buscava, nas palavras de padre Tales, “a mística que fortalecia ainda mais a fé”.
O Cariri também abriga a devoção a santos populares, como Maria de Bil (Várzea Alegre), Benigna (Santana do Cariri), Francisca (Aurora) e Rufina (Porteiras). É o que leva Ana Geysa a afirmar: “Estamos em Terra Santa”.
Para a professora Fátima, fé e cultura são inseparáveis no Cariri. “A religiosidade orienta modos de viver, de interpretar o mundo, de celebrar e de construir laços comunitários”, diz ela. “Não é apenas um elemento espiritual, mas um marco identitário, capaz de definir tradições, fortalecer vínculos e dar coesão histórica à região”, acrescenta
A religiosidade local também é híbrida. Práticas indígenas e afrodescendentes, como oração às forças da natureza, benzimentos e uso de ervas, foram incorporadas ao imaginário católico, criando um estilo de fé popular e afetivo.
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Encerramento da Romaria de Finados reúne milhares de fiéis em Juazeiro do Norte (CE) — Foto: Patrícia Siva/TVM
A tradição religiosa se perpetua no cotidiano por meio de festas de padroeiro, procissões, celebrações e romarias.
Entre as práticas mais marcantes, Ana Geysa destaca:
Essas práticas se somam aos grandes monumentos espalhados pelo Cariri, como os dedicados ao Padre Cícero, a Nossa Senhora da Penha, a Benigna, a Santo Antônio e à Nossa Senhora de Fátima. “Eles expressam muito bem estenraizamento e formam naturalmente um grande roteiro da fé”, afirma o padre Tales.
Para ele, o desafio hoje é atualizar a missão sem perder o carisma romeiro: “Em meio a diversidade, a igreja continua sendo um sinal sagrado de comunhão, é fundamental continuar atenta ao chamado de Deus para os novos desafios sem perder o seu carisma romeiro e missionário. Com a Beata Benigna e a espera da beatificação do Padre Cicero, continua se inspirando no testemunho dos santos, de um modo especial na simplicidade de Benigna e no zelo pastoral do Padre Cicero”.
Por Flávia Marques, g1 CE
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