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Após quase 20 anos de obras, o Ceará recebe nesta sexta-feira (19) o primeiro comboio de mercadorias transportadas pela ferrovia Transnordestina. A composição chega nesta manhã em Iguatu, no centro-sul cearense, com uma carga de milho vinda do Piauí.
A viagem tinha o tempo previsto de 14 horas, saindo de Bela Vista, no Piauí, às 16h35 da tarde de quinta-feira (18). O veíuclo, no entanto, chegou após 12 horas e 8 minutos.
Por meio de nota, a empresa Transnordestina Logística (TLSA), responsável pela operação da ferrovia, explicou que a viagem inaugural faz parte uma operação-teste. Os trens deixaram a cidade de Bela Vista (PI) por volta das 10h da quinta-feira (18) e devem chegar a Iguatu por volta de 7h desta sexta (19). A composição é formada de 20 vagões, que devem percorrer uma extensão de 585 quilômetros.
O início da fase de testes ocorre após a Transnordestina ter obtido, no dia 11 de dezembro, a Licença de Operação (LO) emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Inicialmente, a operação estava marcada para começar no dia 24 de novembro, mas foi adiada, pois a licença ainda não tinha sido emitida. Sem o documento, não é possível realizar o transporte de cargas.
Apesar das autorizações, a empresa destacou que esta primeira viagem PI-CE é apenas um teste, e que “o início efetivo do transporte comissionado será programado junto com os Governos Federal, do Ceará e do Piauí”.
O trecho que começa a operar em fase de testes é uma parte da ferrovia, que vai ter 1.206 quilômetros. O trajeto entre Bela Vista e Iguatu corresponde “ao meio” da linha ferroviária: as “pontas”, que vão ligar Bela Vista a Eliseu Martins (PI) e Iguatu ao Porto do Pecém (CE) ainda não estão prontos.
Confira no infográfico o atual estágio das obras:
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Mapa das obras da ferrovia Transnordestina. Na parte verde escuro, o trecho já pronto e que iniciou a fase de testes — Foto: TLSA
Quando foi lançada em 2006, a Transnordestina era um dos maiores projetos de infraestrutura do Brasil. A obra é uma parceria do governo federal e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), uma empresa privada considerada a maior siderúrgica do Brasil. A Transnordestina Logística (TLSA), operadora da ferrovia, pertence à CSN.
A ferrovia teria, ao todo, 1.753 quilômetros, conectando 81 municípios do Ceará, Piauí e Pernambuco, com objetivo de escoar a produção agrícola, minérios e combustíveis aos portos do Pecém (CE) e do Suape (PE), dois dos maiores do Nordeste.
À época, foi anunciado que a obra teria um custo de R$ 4,5 bilhões e ficaria pronta até 2010. Hoje, o projeto está orçado em R$ 14 bilhões. Em vez de 1.753 quilômetros, devem ser entregues apenas 1.206 – e isso até 2029.
Para termos de organização e construção, a Transnordestina é dividida em três fases:
Atualmente, a TLSA é responsável pela construção e tem o direito de exploração somente das Fases 1 e 2 da Transnordestina, ou seja, o trecho Eliseu Martins (PI) ao Pecém (CE) via Salgueiro (PE), com extensão de 1.206 quilômetros. As obras destas duas fases estão em 78%.
A empresa desistiu da Fase 3 (Salgueiro a Porto do Suape, em PE), e o governo federal assumiu a execução do trecho.
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Ceará recebe primeiros trens de carga da Transnordestina — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução.
Por Redação g1 CE